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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Expresso DF Sul tem operação estendida e desativação de linhas para horário comercial gerando protestos de moradores e estudantes pelas redes sociais

Foto: Divino Campos


A partir desta segunda-feira (30), a operação do Expresso DF Sul acontecerá das 5h à meia-noite, todos os dias, entre Gama, Santa Maria e a Rodoviária do Plano Piloto. Com a implantação do novo sistema, as linhas que saem das duas cidades com destino final à rodoviária e à Esplanada dos Ministérios serão desativadas. Os usuários que utilizam esses itinerários terão que embarcar em coletivos circulares até as respectivas estações de integração e, de lá, acessar os ônibus que operam as linhas que utilizarão os corredores exclusivos. Já as demais linhas – com destino, por exemplo, ao Cruzeiro, SAAN e SIA – continuarão funcionando normalmente.

“Neste primeiro momento da operação estendida, não haverá cobrança de tarifa para os usuários tanto nas linhas alimentadoras quanto nas troncais”, informa o diretor-geral do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), Jair Tedeschi.

O sistema contará com 139 ônibus entre articulados, convencionais, mini e do tipo padron (os que possuem piso baixo). Desse total, 70 atenderão aos usuários do Gama e 69 aos de Santa Maria.

“Continuamos com a operação gratuita para fazer a avaliação do sistema a fim de fazer os ajustes necessários. Com a ampliação do horário de funcionamento, teremos essa análise todos os dias da semana”, explica o diretor-técnico do DFTrans, Lúcio Lima. 

Como funciona?

A operação do Expresso DF Sul – tanto em Santa Maria como no Gama – vai funcionar da seguinte forma:

Os usuários deverão embarcar nos coletivos que fazem as linhas alimentadoras e fazer o transbordo nos respectivos terminais de integração. De lá, os usuários terão duas opções: embarcar no Expresso (articulado), para aqueles que vão para a Rodoviária e Esplanada dos Ministérios, ou acessar as chamadas linhas Paradoras (coletivos tipo Padron), que são aquelas que seguem pelo Eixo L Sul. Neste primeiro momento da operação estendida, a tarifa será gratuita.

Relação das linhas que serão desativadas

Gama
0.200 GAMA LESTE ROD. P. PILOTO (EIXO)
0.201 GAMA OESTE / ROD PP (EIXO)
0.213 GAMA W/ L2 SUL / NORTE ( UNB )
0.214 GAMA LESTE / L2 NORTE ( UNB )
0.221 EXPRESSO GAMA O/ ROD . P. P
0.222 EXPRESSA GAMA L/ ROD. P. P
200.1 GAMA S L / ROD. P. PILOTO (EIXO)
200.2 GAMA LESTE / ROD . P . P . ( ZOO )
200.3 GAMA SUL / LESTE/ QD 50 / EPAR EIXO
200.6 GAMA LESTE / ROD. P. PILOTO ( COLMEIA)
201.1 GAMA S OESTE / ROD. P. PILOTO (EIXO)
201.2 GAMA OESTE / ROD. P. PILOTO (ZOO)
201.8 GAMA OESTE SUL/ RODOVIÁRIA DO PLANO PILOTO (AV. CONTORNO)
202.3 GAMA OESTE RODOVIÁRIA DO PLANO PILOTO W3 SUL (EPAR)
221.1 EXPRESSA GAMA O / ESPLANADA
222.1 EXPRESSA GAMA L / ESPLANADA

Santa Maria
0.250 Santa Maria/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo)
0.257 Santa Maria/L2 Sul-Norte (UnB)
250.1 Vila DVO (Santa Maria-Av. Alagados)/Eixo Sul e Norte
250.2 Santa Maria/Rodoviária (Zoológico)
252.2 Santa Maria/W3 Norte (Eixão Sul)
257.1 Santa Maria/L2 Sul-Norte (Esplanada)
257.2 Santa Maria/L2 Norte (Eixão/Esplanada)
261.2 Vila DVO - Santa Maria (Quadra 100/200)/Rodoviária do Plano Piloto (Expressa)
250.4 Santa Maria (Cond. Porto Rico-Qd. 116
252.4 Santa Maria (Condomínio Porto Rico)-(Q. 116-118 e 120)/W3 Sul-Norte
0.290 Sitio do Gama-Marinha/W3 Sul-Norte
0.291 Sitio do Gama/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo-Esplanada)
0.270 Santa Maria (Qd.400)/Rodovária do Plano Piloto (Eixo)
0.277 Santa Maria (QR-400)/L2 Sul-Norte (Esplanada)
0.282 Expressa Santa Maria/Rodoviária do Plano Piloto (Eixão)/W3 Norte
270.1 Santa Maria (Qd.400)/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo -Free Park)
270.2 Santa Maria (QR400-500-Expansão)/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo)
282.1 Expressa Rod.P.P. (Eixão)/Santa Maria (Av. Stª Maria Qd. 300/400)

Relação das linhas “troncais” (que utilizarão os corredores exclusivos)

Gama
TR 20 - Gama/Rodoviária do Plano Piloto (Expressa)
TR 21 - Gama/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo)

Santa Maria
TR 25 - Santa Maria/Rodoviária do Plano Piloto (Expressa)
TR 26 - Santa Maria/Rodoviária do Plano Piloto (Eixo)

Relação das linhas alimentadoras

Gama
A 200 - Setor Central (Av. Pioneiros lado leste - Qds 13,15,17)
A 201 - Setor Leste e Sul (Quadra 50)
A 202 - Setor Leste e Sul (P. Feminino)
A 203 - Setor Leste e Central
A 204 - DF 383 Setor Oeste (Av. Pioneiros lado oeste)
A 205 - Setor Sul (lado oeste)
A 206 - Setor Oeste

Santa Maria
A 251 - Av. Santa Maria (300/400)
A 250 - Av. Alagados (100/200)
A 252 - Porto Rico/DVO
A 253 - Santos Dumont/Expansão
A 254 - DVO (DF 290)/Terminal Int. Sta Maria

Nas redes sociais já começaram os protestos, devido ao fim das linhas ocasionar todo um transtorno e afeta diretamente aos moradores que ultlizam destas linhas diáriamente. Um dos protestos surgiu entre estudantes da Universidade de Brasília junto com moradores pela circulação das linhas 213 e 214 (L2 Sul/Norte sentido oeste e leste respectivamente), por conta do Expresso Sul, de forma totalmente vaga, de modo que estas linhas não passam pela Rodoviária do Plano Piloto e nem pela Esplanada

Segundo a reivindicação trabalhadores e estudantes não devem se dar ao trabalho de ter que pegar TRÊS ônibus para poder chegar a seu destino sendo que poderiam pegar apenas um se não houvesse a retirada das linhas. Segundo o DFTrans, a implantação do novo sistema ainda está na fase de testes, ou seja, essa é a hora de reivindicarmos por um direito que é nosso. Ainda há tempo de mudar isso, basta a população se mover e lutar!

Em um dos vídeos divulgados do debate entre estudantes da UnB e o diretor técnico do DFTrans. E a sequencia de vídeos estão no mesmo canal, com a colaboração de Daniel Carvalho, assista:




Os protestos e manifestações nas redes sociais também já conseguiram algumas respostas, uma delas foi conquista de um reunião em carater de urgência com Administrador do Gama/DF e os responsáveis pelo DFTrans, em ampla de divulgação nas redes sociais. veja:


Para acompanha maiores informações acesse NÃO ao fim das linhas L2 SUL/NORTE - Unb (Gama E Santa Maria)



Uma bunda na foto vale mais que uma arara!


Ao ler os comentários sobre o episódio dessa chamada de brasileiras para casamentos com gringos através do site do Huck, só consigo pensar em como nós brasileiras ainda somos vistas no nosso próprio país: mercadorias com bundas do tamanho P, M e G. Parece também como uma volta no tempo, quando senhores de escravos ofereciam sexualmente suas escravas nos jornais e nas ruas, quando europeus sonhavam com a “desibinição corporal” das negras e das índias, que deveriam parecer sempre prontas para agradá-los sexualmente enquanto as sinhazinhas puras permaneciam em casa, sem se mostrar.

É perceber que para certos homens é como se estivéssemos expostas em prateleiras, sendo essas bem distintas, dependendo de suas classe sociais: as brancas e ricas, cultas, educadas, que podem viajar quando quiserem e conhecer os gringos mais bem sucedidos. Nas prateleiras de cima, e as negras, indígenas e pobres, nas prateleiras mais baixas ao alcance de quem tiver um trocado para dar, ou na internet, a virtual terra de ninguém.

É jogar no lixo todo o trabalho que tenta se fazer nesse país em relação ao turismo sexual, ao tráfico de mulheres e aliciamento de jovens e crianças, e o que é mais grave, em relação à imagem da mulher brasileira, vendida como objeto sexual. É chamar a todas nós de meros pedaços de carne! É jogar no lixo o empenho cotidiano de todas as mulheres brasileiras rumo à dignidade, que ainda não conseguimos conquistar plenamente em nosso país. É reforçar a ideia de um Brasil extremamente machista!

E por quê? Porque dá mais dinheiro reforçar o machismo, porque sexo dá dinheiro, porque uma bunda chama mais atenção em um cartaz do que uma arara. Porque dá lucro desempoderar o oprimido, nesse caso, nitidamente, as mulheres pobres e as mulheres negras, porque mulher rica não vai enviar e-mail pra programa de tv para achar marido, vai viajar ou pagar uma agência de namorados internacional para isso.

Dá mais dinheiro perpetuar os abismos sociais, seja qual for a forma.

Expôr a mulher brasileira dessa forma é expôr a sua origem, desqualificá-la, logo, a sua comunidade, a sua família e todos aqueles que podem se fazer valer positivamente do seu crescimento. Mas tudo em um tom de brincadeira, porque brincando dá para ser machista, brincando dá para ser sexista, brincando dá para ser racista. Brincando, um gringo te agarra em uma festa, força um beijo e qualquer outra coisa mais. Por que não? Tem brasileiro fazendo isso também!

Mais trabalho pra gente, pois além disso temos que lidar com esse tipo de gringo, que nos vê somente como bundas; lidamos também com alguns gringos “normais”, que não vem fazer turismo sexual no Brasil, que moram aqui, trabalham com a gente, e talvez até se sentem na nossa mesa de bar… Mas que pensam, desconfiam e que julgam as brasileiras a partir desse olhar e nos consideram interesseiras, como se fossemos lhes tirar algo. Há também, e porque foram educadas assim, algumas brasileiras que pensam isso umas das outras ou que se veem desta maneira pois foram criadas para pensar assim, como se fossem ser salvas por verdadeiros príncipes de olhos azuis.

Nosso país foi vendido como o universo da bunda, o país do sexo fácil, das mulheres boas e complacentes, estereótipo vivo no imaginário brasileiro e estrangeiro desde a época da colônia e do império, tendo se sofisticado chegando aos cartões postais do século XX. Temos tentado mudar isso, mas a “concorrência” é grande e desonesta, pois brigamos contra o dinheiro, o machismo e o oportunismo.

E eu poderia dizer que somente as práticas mudaram de lá para cá, mas com isso vemos que não, continuamos sendo oferecidas livremente através dos meios de comunicação. Realidade essa, que encobre somente o real desejo do machista brasileiro: que a mulher continue a servi-lo: ora na mesa, ora na cama. E se fizermos o recorte econômico e racial: que ele ainda lucre com isso.

Dois passos para trás e um para frente.

Não há, no embate entre homens e mulheres, homens ricos e mulheres pobres, homens brancos e mulheres negras, concessões, há a luta, dor, grito e revolta. Tem sido sempre assim, mesmo tentando o homem branco pintar alguma cordialidade sobre os estupros sofridos por índias e negras no período colonial e imperial. Nunca houve concessão e nem cordialidade. Essas palavras não existem no embate entre opressores e oprimidos.Porém, continuaremos lutando, gritando sobre o nosso direito à dignidade.

Agora, o mesmo site que ousou nos expôr se cala, nada comenta, não se retrata, responde através de um silêncio, que não sabemos se é reflexivo ou se é porque já pensa em mais uma nova campanha extraordinária, afinal, há dois meses atrás o mesmo apresentador afirmou sermos todos macacos. Enfim! Mais blá, blá, blá que só colabora para o aumento dos preconceitos e problemas de nosso país.

Não sou macaca, minha bunda não é internacional, Brasil não é cartão postal de bundas e a mulher brasileira não esta à venda!

Imagem destacada- Mulher Negra e o FeminismoAcompanhe nossas atividades, participe de nossas discussões e escreva com a gente.

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Débora Almeida é atriz e professora de Teatro formada pela Uni-Rio. Pesquisadora e diretora teatral, cantora, escritora e produtora cultural. Desde 2009 apresenta pelo Brasil o espetáculo “Sete Ventos”, monólogo baseado em depoimentos de mulheres negras e na mitologia de Iansã. Integrou o elenco da Cia dos Comuns, cia de teatro formada por atores negros, que produzia espetáculos e eventos relacionados à arte e cultura negra, dirigida por Hilton Cobra. Tem texto publicado em Cadernos Negros. No cinema participou de filmes como “Jogo de Cena”, de Eduardo Coutinho. Seu principal foco de trabalho, tanto na Arte quanto na Literatura é a figura da mulher negra e suas representações. Blogs: deboraalmeidaportfolio.wordpress.com seteventosespetaculo.blogspot.com


Mulher no DF é obrigada a participar de curso sobre igualdade racial após agredir rodoviário


Para não responder por ação penal no MPDFT, mulher concordou em participar das aulas

Uma mulher foi obrigada pelo MPDFT (Ministério Públido do Distrito Federal e Territórios) a participar de um curso sobre conscientização da igualdade racial após agredir um rodoviário com palavras racistas.

Segundo Jerônimo Carlos Nunes, era um domingo, na Rodoviária do Plano Piloto, centro de Brasília (DF), quando a mulher, já muito nervosa, entrou no ônibus querendo que o veículo parasse em um local onde ele não parava em dias de domingo.

— Ela queria uma linha de São Sebastião que passasse pelo Gilberto Salomão. Eu falei que aquela linha não teria porque, naquela época, não rodava a linha 170 no domingo.

Mesmo assim, segundo Nunes, a mulher não conteve as agressões.

— Ela falou muitas palavras de baixo calão. Me chamou de preto, [disse] que as pessoas dessa cor nem deveriam estar em um cargo como esse [rodoviário].

Jerônimo Nunes tentou acalmar a mulher, mas ela, de acordo com ele, continuava incontrolável.

— Eu falei: “senhora, eu trabalho é com dignidade, mas se a senhora se sente ofendida com a minha cor, eu não posso fazer nada”.

O caso foi registrado na 15ª DP (Delegacia de Polícia) na Asa Sul como injúria racial. Como a acusada cumpria todos os requisitos previstos em lei, como não ter antecedentes, foi concedido a ela o direito da suspensão condicional do processo.

Para que o caso não virasse um ação penal no MPDFT, foi feito um acordo e a mulher foi obrigada a participar, com outras pessoas. de um curso sobre igualdade racia oferecido pela UnB (Universidade de Brasília), no DF.

As aulas foram ministradas em oito horas, dividas em quatro módulos. Ao todo, 13 pessoas assistiram ao curso – oito homens e cinco mulheres.

— A ideia princial do curso é educar a partir do respeito com relação às diferenças raciais. Então, para conscientizar as pessoas para esse respeito, nós falamos sobre história do Brasil e direito em relação à questão racial e sobre o uso da linguagem, como ela caracteriza injúria racial, explicou a professora Francisca Cordelha.

Segundo a professora, a maioria das pessoas que participou do curso não tinha consciência de que estava cometendo um crime.

— Boa parte das pessoas que participou do curso cometeu injúria racial por desconhecimento do uso da liguagem e do caráter ofensivo de algumas declarações em relação à lingaugem.

De acordo com a Sepir-DF (Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial do DF), em apenas um ano foram registrados 153 denúncias de racismo – a maioria em órgãos públicos. De acordo com o órgão, as mulheres são as que mais denunciam.

— Nós não podemos admitir que, em pleno século XXI, ainda possa ocorrer crimes de racismo e de preconceito racial, afirma o secretário da Sepir-DF, Viridiano Custódio.

Fonte: R7

Vaia ao Hino do Chile: a torcida brasileira que nos envergonha para o mundo



por Leonardo Sakamoto,
O que leva uma pessoa a vaiar o hino de outro país enquanto ele é executado em um jogo de Copa do Mundo? Entendo que, em bando, os seres humanos não raro ficam mais idiotas. Isso é facilmente comprovável, por exemplo, por algumas torcidas organizadas que compensam suas frustrações cotidianas e reafirmam identidades de forma tosca através da violência.

Contudo, não são as torcidas organizadas que preenchem as arquibancadas dos estádios de futebol nestes jogos da seleção (aliás, se fossem, ao menos empurrariam o time o tempo inteiro ao invés de ficarem em silêncio, com cara de susto e medo, diante de momentos tensos), mas grupos com maior poder aquisitivo, dado o preço de boa parte dos ingressos.

Renda pode até estar diretamente relacionada à obtenção de escolaridade de melhor qualidade. Mas escolaridade definitivamente não está relacionada com educação. Ou respeito. Ou bom senso. Ou caráter.

E considerando que, provavelmente, muitos dos que vaiaram o hino do Chile quando executado à capela foram os mesmos que, minutos depois, estavam cantando “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, posso concluir que o sujeito é guiado pela aversão do estrangeiro característica da xenofobia. Aversão potencializada e exposta pela covarde sensação de segurança por ser maioria e estar em casa.

Vaiar o hino do adversário não é uma brincadeira. Muito menos uma catarse coletiva, uma indignação contra a cantoria à capela do outro. Nem ajuda na partida. Pelo contrário, mostra para o mundo que está assistindo pela TV que nós, brasileiros, podemos ser tão preconceituosos quanto os preconceituosos que, não raro, nos destratam no exterior simplesmente por sermos brasileiros.

Aos vizinhos chilenos, portanto, peço que nos perdoem. Parte de nossos conterrâneos não sabe o que faz.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Cinco anos sem Michael Jackson: Rei da Pop não perdeu o trono


Passam hoje(Quarta-feira), 25 de Junho, cinco anos desde a morte de Michael Jackson. A 25 de Junho de 2009, o mundo perdia o Rei da Pop, mas em 2014, o seu legado está mais vivo do que nunca.

Em 2010, foi lançado «Michael», primeiro álbum póstumo do músico, e já este ano saiu o aclamado «Xscape», com oito faixas inéditas, e uma colaboração com Justin Timberlake em «Love Never Felt So Good». O vídeo junta, através da tecnologia, Jackson àquele que muitos consideram ser o seu sucessor, Timberlake.

Em Maio passado, mesmo mês em que foi lançado «Xscape», Jackson «subiu ao palco» em formato holograma, nos prémios Billboard, para interpretar «Slave To The Rythm», um dos inéditos de «Xscape». A performance terá sido pensada e trabalhada durante meio ano, e emocionou a irmã de Michael, Janet Jackson: «O meu irmão, Michael, era, e será sempre um génio. Adoro-te, Mike», escreveu a cantora na sua página oficial de Facebook.

O génio de Michael Jackson, que gerou clássicos como «Thriller», «Bad», «Beat It», «They Don’t Care About Us», «Earth Song», «Smooth Criminal», entre tantos outros, fará com que continuemos a ouvir Michael durante muito tempo. Segundo o último artigo da revista Rolling Stone sobre o Rei da Pop, será mesmo possível o lançamento até oito álbuns póstumos, tendo em conta material excedente dos discos de Jackson. Segundo o engenheiro de som Matt Forger, «Era recorrente Michael Jackson gravar músicas e colocá-las na gaveta». «Tenho a certeza que temos mais umas coisas grandes aí e, se tudo correr bem, teremos a hipótese de as ouvirmos», afirmou ainda o produtor Rodney Jerkins a propósito dos possíveis novos discos.

Michael Jackson faleceu em casa, aos 50 anos, mas viverá sempre nos músicos que nele se inspiraram, na marca distinta que deixou na música, e em canções que já provaram ser maiores que a vida.


Fonte: MSN

Dicionário feito por crianças traz definições que os adultos se esqueceram

Na foto: o professor Javier Naranjo e alguns de seus alunos.

Crianças sempre nos conquistam porque carregam consigo uma ingenuidade e inocência que somos obrigados a abandonar quando viramos adultos. Por isso, achamos tão legal esse projeto desenvolvido pelo professor colombiano Javier Naranjo, que passou 10 anos compilando definições dadas pelos seus alunos a palavras do cotidiano, enquanto trabalhada em diferentes escolas do estado de Antioquía, região rural do leste do país.

O dicionário virou o livro “Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças“, uma obra que traz cerca de 500 definições para 133 palavras, de A a Z, e que surpreendeu ao se tornar o maior sucesso da Feira Internacional do Livro de Bogotá, no final do mês de abril.

Veja algumas definições cheias de sabedoria e poesia criada pelas crianças:












Fonte: hypeness

No país do somos todos macacos, o gol contra tinha que ser coisa de preto


Ainda que tenha vencido por 3 a 1, a estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2014 repercutiu de forma negativa nas redes sociais, nesta quinta-feira (12). O motivo foi o gol contra do lateral-esquerdo Marcelo no jogo contra a Croácia. O gol, em questão, ocorreu aos 10 minutos de jogo. Olic, jogador croata, cruzou rasteiro para o atacante Jelavic que desviou levemente, mas Marcelo acabou fazendo contra. Na internet, na hora da falha do atleta, surgiram frases como: “Tinha que ser preto. Depois reclama de racismo, mas só faz merda”, disse um dos internautas. “Se fosse branco não faria uma merda dessas” relata outro torcedor.

Marcelo já havia sido vítima de racismo em fevereiro deste ano, após o jogo do seu time Real, contra Atlético de Madrid. Alguns torcedores, que permaneceram no estádio, começaram a ofender o atleta gritando: “Marcelo é um macaco”. Ele estava com filho Enzo de apenas 4 anos que infelizmente ouviu os insultos. Para Daniel Alves, lateral-direito da seleção Brasileira e companheiro de clube do Marcelo, o racismo é um ato corriqueiro na Europa. É uma guerra perdida. O futebolista marfinense Yaya Touré pretende boicotar a próxima Copa, que ocorrerá na Rússia, caso a FIFA não tome medidas mais rígidas no combate ao preconceito étnico. Diversos atletas querem maior rigor das autoridades do futebol, não aceitando a passividade sugerida por Daniel Alves.

No artigo 3o do estatuto da federação consta que: “A discriminação de qualquer tipo contra um país, uma pessoa ou grupo de pessoas por causa da raça, cor da pele, etnia, origem social, gênero, língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, saúde, local de nascimento ou qualquer estatuto, orientação sexual ou qualquer outra razão é estritamente proibida e passível de punição por suspensão ou expulsão.” Entretanto a postura da federação tem sido bastante branda, quase conivente.

Após o terceiro jogo da Copa, Espanha versus Holanda, torcedores espanhóis incomodados com o apoio da torcida brasileira à seleção holandesa, tuitaram ofensas do tipo: “Macacos brasileiros. Como não têm nada o que fazer ficam felizes com a derrota da Espanha”, escreveu um torcedor. “Macacos brasileiros, que passem fome o resto de suas vidas” escreveu outro internauta espanhol.

No Rio de Janeiro, argentinos foram detidos por conta de insultos racistas a brasileiros. Foram levados à delegacia onde foram liberados depois de questionados. Já na partida Gana contra Alemanha, deste sábado (21), um torcedor ainda não identificado invadiu o campo e mostrou diversos desenhos no corpo. As letras HHSSCC chamaram atenção por possível alusão ao nazismo. As siglas HH seriam possíveis referências à saudação Heil Hitler e o duplo SS à tropa nazista. Todos esses casos estão sendo analisados pela FIFA, que prega tolerância zero ao preconceito, entretanto na prática não vemos punições severas.

O racismo é pautado pela federação desde 2001 com a promulgação do Dia contra o Preconceito, porém as penas brandas tornam a prática não só do racismo, mas também do machismo e da homofobia, infelizmente comuns dentro e fora dos estádios, encontram abrigo na sociedade, uma vez que a ignorância é um lugar quentinho.

E se o gol contra fosse marcado por um jogador branco? A repercussão negativa ao futebolista seria igual? Seria ele discriminado? Claro que não, piada contra branco não tem graça, diriam alguns. David Luiz, zagueiro da seleção brasileira, tem o cabelo semelhante ao de Marcelo, porém sua pele, cabelo e olhos são claros. O escracho por ter cabelo ruim na internet é para apenas um deles.

Não adianta jogadores segurarem faixas contra o racismo antes das partidas ou fazerem selfie segurando banana, enquanto na arquibancada com predomínio de um público branco, são perpetuados gritos de macaco toda vez que Etoó, atacante camaronês, toca na bola. O racismo, fora das quatro linhas, também é nítido quando se sabe que a maioria dos grandes jogadores do país são negros, mas os que se tornam comentaristas de futebol são ex-jogadores brancos.
O termo racista contra Marcelo transformou-se em frase de empoderamento de diversos militantes do movimento negro. Não estou falando de um replay da campanha #SomosTodosMacacos, liderado por Daniel Alves e Luciano Huck. Os ativistas, em questão, passaram a usar a hashtag #Tinhadeserpreto em prol da valorização do negro brasileiro, afinal ser preto não é moda, é orgulho.

Imagem destacada: reprodução internetAcompanhe nossas atividades, participe de nossas discussões e escreva com a gente.

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Sou de Porto Alegre-RS. Graduada em História e atualmente estou no 3 semestre de jornalismo na UFRGS.

Racismo; ESCRITOR DIZ QUE O NORDESTE É UMA BOSTA


Está repercutindo nas redes sociais e já foi notícia no Portal Imprensa, um dos bons sites da internet no Brasil. O fato é que o jornalista, escritor e tradutor Eduardo Bueno (é esse da foto acima), conhecido como Peninha, ao participar de um programa no canal a cabo SporTV, se referiu à região Nordeste do Brasil como “aquela bosta”.

O comentário de Bueno não pegou bem, é claro, e provocou uma onda de protestos pelo Twitter e Facebook. O escritor chegou a se desculpar e alegou se tratar de uma brincadeira, pois o programa do qual participou tem uma proposta irreverente.

Internautas chamaram o jornalista de preconceituoso e rascista e o site Petição Pública chegou a publicar um requerimento para que a Procuradoria Geral da República instaure um processo criminal contra Eduardo Bueno.

A gente já está acostumado a ver gente alienada e ignorante do Sudeste tendo esse tipo de atitude com relação ao Nordeste e nordestinos. Agora, um cidadão que pelo menos na teoria é bem informado, escritor e jornalista, usar um programa de televisão para se referir a nossa região como uma “bosta” é um pouco demais.

O Nordeste de Frei Caneca, Dom Hélder Câmara, Zumbi dos Palmares, Gilberto Freyre, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Alceu Valença, Elba Ramalho, Glauber Rocha, Agamenon Magalhães, Miguel Arraes, Ariano Suassuna, Dorival Caimmy, Guel Arraes, José Wilker, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira, José de Alencar, Luiz Gonzaga, Capiba, Chico Anísio, Renato Aragão, Castro Alves, Geraldo Azevedo, Ivete Sangalo, Reginaldo Rossi, Nelson Rodrigues, Aurélio Buarque de Holanda, Geneton Moraes Neto, Ferreira Gullar, Josué de Castro, Celso Furtado, Marechal Deodoro da Fonseca, Delmiro Gouveia, José Ermírio de Moraes, Ruy Barbosa e tantas outras personalidades não pode ser tratado desse jeito.

Possivelmente o escritor Eduardo Bueno, ao usar a expressão vulgar em relação ao Nordeste, estava se vendo na frente de um espelho.

Mesmo assim, é preciso que o Ministério Público Federal tome mesmo uma providência e esse cidadão pague pela expressão infeliz usada no programa de televisão. (Roberto Almeida)

Jornalista inglês estranha ‘elite branca’ nos jogos da Copa



por Miguel do Rosário,
O jornal The Guardian fez uma crítica interessante à Copa que até agora não mereceu nenhum comentário de nossa imprensa. Matéria assinada por David Goldblatt fala que, enquanto os gramados (em inglês, pitch) mostram a miscigenação intensa dos países latino-americanos, cujas seleções tem se destacado no torneio, as arquibancadas (stands, em inglês) contam uma “história diferente”.

Chamou a atenção do repórter (eu também já havia reparado nisso, mas na torcida brasileira), a hegemonia absoluta de cidadãos de ascendência europeia nas torcidas das nações latinas.

É evidente que o fato reflete as desigualdades históricas no continente, uma realidade que explica a emergência de governos populares, progressistas, com políticas públicas visando mudar esse quadro.

A matéria faz informações e análises bem mais completas do que o resumo deste post. O problema não acontece apenas nas torcidas latino-americanas, mas de quase todos os países.

Houve incidentes de racismo entre argentinos e mexicanos e observou-se a presença de faixas com inscrições de extrema-direita ou mesmo fascistas, entre torcedores da Croácia e da Rússia.

Ao final, o jornalista alerta que o mundo deveria se preocupar, na organização de um evento que deveria celebrar a diversidade, a paz e o pluralismo, em aumentar a diversidade social e étnica das torcidas.

Fonte:Jornal Ggn

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Luciano Huck é acusado de incentivar o turismo sexual em suas redes sociais


Luciano Huck se envolveu em uma polêmica daquelas na noite dessa terça-feira. O apresentador do "Caldeirão do Huck", da Globo, publicou em seu Twitter e no Facebook uma mensagem convidando as cariocas solteiras que querem conhecer um gringo na Copa a mandar um e-mail para um endereço da emissora.

"Está no Rio? Solteira? Quer um príncipe encantado entre os 'gringos' que estão na cidade. Mande fotos e o porquê; namoradaparagringo@globomail.com", foi o tweet publicado em seu perfil no microblog, que foi retuitado quase 500 vezes até a tarde desta quarta-feira.

A repercussão negativa não demorou a aparecer e, alguns minutos após a postagem, alguns fãs já comentavam a postagem.

"Virou cafetão agora?", "vamos respeitar nossas mulheres", "ridículo ficar empurrado mulher para gringo" e "que feio isso! Esses gringos já acham que aqui só tem p... e você me dá uma dessas. Apelativo, você não precisa disso, rapaz" foram algumas das respostas deixadas pelos seguidores do apresentador.

Percebendo que sua atitude havia causado polêmica, Huck tratou de apagar a mensagem do Facebook – onde ela foi mais comentada – e a deixou apenas no Twitter.

Na tarde desta quarta-feira, os internautas ainda repercutiam o caso e acusavam o apresentador da Globo de incentivar o turismo sexual e de estar fazendo papel de cafetão.

Alguns seguidores chegaram a citar artigos penais e pediram que a Justiça e o Ministério Público punissem o astro da Globo por causa da mensagem:

"Luciano Huck promovendo o turismo sexual em rede nacional. Cadê a Justiça?! Cadê a polícia?!", "Isso é crime!! Aliciamento!", "Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem". Tenso!



Fonte: jovempan

Quilombolas de Palmeirinha/MG concretizam projeto arquitetônico e social desenvolvido pela própria comunidade


Localizada em Pedras de Maria da Cruz, no norte de Minas, quilombolas são responsáveis pelo projeto de revitalização da comunidade, por meio do Minha Casa, Minha Vida

Ter a casa própria é o sonho de muitos brasileiros e, para muitos deles, ainda é uma realidade distante, uma vez que o perfil econômico dos povos e comunidades tradicionais não lhes permite esse tipo de aquisição. Porém, os moradores do Quilombo de Palmeirinha, situado no município de Pedras de Maria da Cruz, em Minas Gerais, sonharam e foram alto: com muito esforço, alcançaram a possibilidade da moradia e também a adequação do espaço às suas necessidades.

A conquista se deu a partir do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) da Caixa Econômica Federal integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida. Os quilombolas buscaram informações, se dedicaram e conseguiram que fosse aprovado o projeto arquitetônico e social desenvolvido por eles próprios. “O projeto é 100% da associação da comunidade. Somos o primeiro quilombo do país com autonomia na construção das próprias casas”, disse Agmar Pereira Lima, uma das lideranças da comunidade e vereador do município ao qual pertence.

“Foi também a primeira vez que uma comunidade quilombola ‘transformou’ uma portaria do Ministério das Cidades para adequar o projeto de moradia à sua realidade de vida”, explicou. De acordo com ele, uma moradora do quilombo foi capacitada para elaborar a proposta e, hoje, das 140 famílias que compõem a comunidade, 40 já foram beneficiadas.

A conquista se deu a partir de 2011, quando a Fundação Cultural Palmares certificou a comunidade tradicional como remanescente de quilombo. De acordo com Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro, a certidão é um instrumento importante de valorização das comunidades. “A partir dela, outros direitos se tornam mais acessíveis”, afirma.

Visão de futuro - Com as casas sendo construídas, a preocupação dos quilombolas de Palmeirinha agora é com a geração de emprego e renda. A maioria das pessoas na localidade tem empregos externos e temporários. São colhedores de café, construtores civis e domésticos. Em sua grande parte, dependentes de programas do Governo como o Bolsa Família.

Na região não há como se viver do agronegócio ou da pecuária. Apesar de o quilombo se localizar às margens do Rio São Francisco, os períodos de seca abrangem grande parte do ano, comprometendo a qualidade dos alimentos ou mesmo, impedindo as plantações.

Para que esse cenário seja mudado, há um esforço em se investir nos jovens e, paralelamente, em projetos sociais próprios. Entre eles, estão uma indústria de laticínios e a implantação de caixas d’agua que garantirão a manutenção de viveiros. “Estamos investindo em estudos de viabilidade e mercado para a produção de leite e ervas medicinais”, explica Lima, ressaltando que a proposta é a potencialização e a independência financeira do quilombo.

Desenvolvimento – Com vistas a um novo futuro, a população constituída por 85% de analfabetos busca se adequar a realidade sonhada. Quatorze mulheres, alcançaram vagas na universidade com o compromisso de garantir retorno à Pelmeirinha. Outra senhora, uma mestra griô, garante o nivelamento dos conhecimentos tradicionais aos novos saberes adquiridos.

Entre outras conquistas estão a internet gratuita e um telecentro atendido pela universidade mais próxima. Já as ambições são de que se consigam avanços na Educação, na Saúde e em outras áreas. “A expectativa é que em 10 ou 15 anos, nosso quilombo seja o melhor lugar do Brasil para morar. Onde as pessoas tenham dignidade, sejam respeitadas e tenham, acima de tudo, orgulho de ser quilombola”, conclui Lima.

Fonte: Palmares

Mulher encontra pedido de socorro ao comprar vestido

Mulher compra vestido e encontra pedido de socorro na peça (Reprodução / Clarín)

Pedido de socorro foi costurado e escrito à mão e denunciava condições de trabalho escravo. Após o susto, consumidora jurou que nunca mais usaria o vestido

Após comprar um vestido em uma loja da Primark em Swansea, no País de Gales, Rebecca Gallagher, de 25 anos, levou o maior susto. Ela encontrou um pedido de socorro escrito na etiqueta da roupa.

“Somos forçados a trabalhar por horas exaustivas”, dizia a frase na etiqueta da peça, que custara apenas R$ 37. A imagem foi postada pelo site do jornal Clarín.

A galesa perdeu completamente a vontade de usar o vestido, disse que não usaria a peça por medo de ela ter vindo de uma fábrica ilegal.

“Fiquei muito surpresa quando vi a mensagem. Fui verificar as instruções de lavagem quando li o pedido de socorro”, disse ela.

“Eu nunca havia parado para pensar nisso, mas faz sentido se você for pensar o quanto essas roupas são baratas”, disse a mulher, refletindo sobre a veracidade do desabafo.

Um representante da Primark informou que esta é a primeira vez que a empresa recebe uma denúncia como esta. A empresa pediu que a cliente devolvesse o vestido para fins de investigação.

Segundo noticiado pelo Wales Online, uma segunda consumidora recebeu seu produto com um pedido de socorro. Rebecca Jones, de 21 anos, comprou uma blusinha que veio com a frase “Condições degradantes na oficina de costura”.

com informações de Mirror, Techmetre e Vírgula

Fonte: Pragmatismo Político

Encontros avaliam política de desenvolvimento de povos e comunidades tradicionais em Cuiabá e Curitiba


As inscrições podem ser feitas pelo e-mail encontropct@mds.gov.br ou endereço Esplanada dos Ministérios, Bloco B, sala 744 – CEP: 70.046-900 – Brasília/DF

Estão abertas, até o próximo dia 4 de julho, as inscrições para os “EncontrosRegionais e Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais”, a serem realizados em Cuiabá-MT e Curitiba-PR. Interessados podem encaminhar ficha de pré-inscriçãopara o e-mail encontropct@mds.gov.br ou para o seguinte endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco B, sala 744 – CEP: 70.046-900 – Brasília/DF.

A pré-seleção será nos dias 7 e 8 de julho, com divulgação dos resultados no dia seguinte. Para esclarecimento de dúvidas, foram disponibilizados os telefones: (61) 2028-1589 / 1837 / 1045.

A inscrição deverá ser feita em nome da entidade/instituição ou comunidade, com o preenchimento dos dados pessoais do(a) representante indicado(a) para participar dos encontros. As despesas com transporte, hospedagem e alimentação dos(as) selecionados(as) serão custeadas pela organização das atividades.


Confira o cronograma e quantidade de vagas:

 
 
REGIÃO CENTRO OESTE
 
Cuiabá-MT
 12 a 15 de agosto de 2014
SEGMENTO
NÚMERO DE VAGAS
Comunidades Quilombolas
1
Povos e Comunidades de Terreiro
1
Povos Indígenas
1
Povos Ciganos
1
Extrativistas
1
Pescadores e Pescadoras Artesanais
1
Pantaneiros
1
Retireiros do Araguaia
1
Morroquianos
1
Geraizeiros
1
Vazanteiros
1
Raizeiras
1
Novos Segmentos
1
 
Total
 
13
 
REGIÃO SUL
 
CURITIBA-PR
25 a 28 de agosto de 2014
SEGMENTO
NÚMERO DE VAGAS
Comunidades Quilombolas
1
Povos e Comunidades de Terreiro
1
Povos Indígenas
1
Povos Ciganos
1
Extrativistas
1
Pescadores e Pescadoras Artesanais
1
Caiçaras
1
Faxinalenses
1
Benzedeiras
1
Ilhéus
1
Cipozeiros
1
Novos Segmentos
1
 
Total
12


Fonte: Seppir

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Brasil: o país da Copa e do racismo



Mais da metade dos homicídios no Brasil (53%) atinge pessoas jovens, sendo que, deste grupo, mais de 75% são jovens negros, de baixa escolaridade, em sua grande maioria homens (91%) e com maior incidência na faixa etária entre 20 e 25 anos.

De cada 10 mortos pela polícia, 7 são negros; 73% dos mais pobres do são negros; 69,4% dos analfabetos são negros; 62% das crianças fora da escola são negras; Em média, a renda de negros é 40% menor que a de brancos…

Se hoje o Brasil é uma das maiores economias mundiais a ponto de se dar o direito de sediar uma copa do mundo de futebol, é preciso dizer também que é um dos países com uma das maiores concentrações de riqueza nas mãos de poucos e com uma das maiores desigualdades sociais do mundo.

E precisa dizer que povo é mais vitimado por essas mazelas?
O Vídeo do coletivo BRADO, publicado pelo site do Geledés, diz tudo.


A Copa e a “Nova Classe Média”, por Chauí


Por Fernando Horta*, Sul 21,
Em 2013, num evento que reuniu o ex-presidente Lula, o cientista político Emir Sader e o economista Márcio Pochmann, a filósofa e professora da USP Marilena Chauí virou vídeo viralizado em redes sociais. No vídeo faz um pronunciamento em que afirmava que a “classe média é uma abominação política, uma abominação ética e uma abominação cognitiva”. Um discurso forte que recebeu críticas de grupos que, pela conceituação de Chauí, sequer foram atacados. Em realidade, o desconhecimento sobre exatamente o quê Chauí atacava provocou celeuma por toda a rede. O fato é que depois do lamentável fato ocorrido na inauguração da Copa de 2014 – quando a área VIP do estádio passou a ofender a presidenta com palavras de baixo calão, machistas e sexistas – temos que reconhecer: Marilena Chauí tinha razão.

O argumento da professora Chauí é bastante antigo e tem sua base num trabalho do sociólogo americano Charles Wright Mills publicado pela primeira vez em 1951 chamado “White Collar: The American Middle Classes”. Nesse trabalho, o cientista americano argumenta que ao passar a ganhar uma maior remuneração por cargos de chefia, coordenação, planejamento e etc. esse grupo de trabalhadores (“White Collars” para Mills) se sente diferenciado do simples proletariado (aqueles que vendem sua força de trabalho) criando, literalmente, toda uma cultura de alteridade. Fazendo isso, esses indivíduos – que são tão proletários como qualquer outro – passam a desenvolver padrões comportamentais, culturais e argumentativos que os distanciam dos grupos “subalternos”. Ao mesmo tempo, esses indivíduos se aproximam das mentalidades das elites comprando suas posições políticas, seus padrões de consumo, seus gostos culturais e negando sua origem econômica de fato. Desse modo, o termo “nova classe média”, tal qual usada pela professora, não é o mesmo que “classe dos que ganham mais ou menos” e tampouco se confunde com os profissionais liberais que compõem a clássica classe média.

Essa “nova classe média” tem padrões culturais e sociológicos bastante claros que estudiosos de marketing, publicidade e propaganda, sociologia e antropologia já mapearam com sucesso: ela é conservadora, materialista, paternalista, machista, religiosa (mesmo não tendo credo único), tem um senso de dever que se traduz no acúmulo de bens materiais duráveis, é avessa ao risco e dá uma importância ímpar a uma educação de caráter funcional. Educação voltada para o mercado de trabalho (medicina, engenharia, direito, arquitetura e etc.) e não uma educação de erudição ou voltada para a ciência como forma de pensamento teórica. Um traço interessante do comportamento dessa “nova classe média” é que ela não aceita que seus filhos tenham um nível cultural menor que os pais. O caminho da faculdade (o terceiro grau) como o caminho da redenção social é um culto sagrado. Mesmo que hoje saibamos que existem carreiras técnicas que trazem tanto ou maior retorno financeiro, esse culto ao bacharelado por anos inflou nossos vestibulares e transformou as universidades públicas em recintos redentores das gerações filhas da “nova classe média”. Gente empurrada a fazer faculdades para “agradar a família” e assim internalizando de fato uma diferença pedagógica crucial, como se existisse um trabalho para “fazer dinheiro e melhorar de vida” e aquilo que realmente se gosta de fazer é apenas “hobbie”.

O grande problema é que diante do processo da ditadura brasileira, em que foram suprimidas matérias como sociologia, filosofia, teatro, línguas e etc … e onde o tempo na nossa educação de ensino básico e médio (antigo primeiro e segundo graus) destinado às disciplinas de história, literatura e geografia se viu extirpado pelo aumento da matemática, química e física, se consolidou uma educação aos moldes dos interesses dessa classe média e do regime ditatorial: educação para a o mercado. Sem uma base sólida de conhecimento humanístico o conservadorismo se tornou reacionário, o machismo se tornou homofóbico, a diferenciação de espaços de trabalho se tornou preconceito de classe e de raça, a religiosidade se tornou extremista e o apego aos bens materiais tomou forma num anticomunismo anacrônico que ainda (em pleno século XXI!!) aparece em textos de “meninos maluquinhos” e “jornalistas opinativos” por alguns meios de comunicação em nosso país afora.

Ao mesmo tempo, se consolidou um dito repetido à exaustão durante o período ditatorial brasileiro: “quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Ávidos a suprirem a demanda dessa “classe média” os cursos superiores passaram a retirar de seus currículos disciplinas formativas como filosofia, sociologia, história e etc. Assim os cursos de Direito perderam a filosofia, a ciência política e a história trocando por “Teoria Geral do Estado” ou “História das instituições brasileiras”. Cursos de jornalismo, pasmem, não trazem em seu currículo história do Brasil como disciplinas formativas e obrigatórias. O fazer e o pensar se separaram completamente, criando uma geração inteira de pessoas com diplomas de terceiro grau que não são capazes de entender o sentido do termo “ética” ou diferenciar o Brasil do século XX da antiga URSS. Médicos se formavam sem conhecimentos sociais, engenheiros construíam casas para uma sociedade que desconheciam e amigos não mais discutiam “futebol, religião ou política” pois a vida privada, vigiada pela ditadura, separava-se claramente da vida pública e do exercício da cidadania. Quanto mais afastado da política um cidadão estivesse mais “correto” ele parecia aos olhos dessa sociedade distorcida. Se criou uma ojeriza pelas teorias, um desdém pelos livros não técnicos, rápidos e funcionais do tipo “faça você mesmo”, “guia de auto-ajuda” ou “guia politicamente incorreto” de alguma coisa …

Voltando à Chauí, ela diz que essa “nova classe média” é uma “abominação política” por não se reconhecer como NÃO parte da elite e é frequentemente cooptada por esta, sendo usada como “pelego” para manter a plebe distante. O interessante é que, como já chamava a atenção Mills, a elite não cede em nada seu poder político ou material para essa “nova classe média” é um jogo de sedução social (simbólica) e nada mais. No vídeo-viral inclusive, a filósofa clama para que essa “nova classe média” assim não se sinta, que não deixe de ser veículo de mudança sócio-histórica para virar bastião do conservadorismo político porque alcançou alguma (falsa) estabilidade econômica. No mesmo vídeo ela chama esse grupo de uma “abominação ética” uma vez que frequentemente a radicalização do conservadorismo em preconceito, do machismo em homofobia, e do anticomunismo em preconceito de classe gera violência. Violência que vemos travestida em bordões como “bandido bom é bandido morto” e que está nos levando de volta à Idade Média quando lincham pessoas simplesmente pela acusação de bruxaria. Para terminar, Chauí ainda acusa esse grupo de ser uma “abominação cognitiva”, pois, segundo ela, essa classe média abandonou o conhecimento formativo (não voltado ao mercado). Nossas publicações de literatura minguam ano a ano e o teatro-reflexão é confinado a uma parcela significativamente pequena da população.

Nossas orquestras dependem de verbas governamentais, pois a música se não mercantilizada não sobrevive. Gasta-se mil reais em celulares último tipo, mas um livro ou um ingresso a uma peça de teatro no valor de oitenta reais é considerado caro. É uma “classe média” que acredita que seu conhecimento funcional se basta em si mesmo, que desconhece as fundações daquilo que compra culturalmente, que não conhece a sociedade em que vive, que não tem capacidade de crítica e não sabe seu lugar no tempo. Aqui a mídia tão bem se serve. Dizendo o que é certo e o que é errado. O que deve ou não ser consumido. Um vestido que apareça em novela da Globo esgota-se na loja quase que imediatamente. E um hoax falso na rede se alastra como rastilho de pólvora.

Críticas à parte, depois do ocorrido na abertura da Copa, como não dar razão à Marilena Chauí? Abominações políticas, éticas e cognitivas que podem gastar três ou quatro salários mínimos em apenas uma bela tarde de futebol.

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*Fernando Horta, historiador, professor, doutorando em Relações Internacionais UNB.

Fonte: Geledes